Alunos indígenas da UFSC cumprem agenda em Brasília e retornam a SC nesta sexta

Estudantes realizaram manifestações em frente à Funai, além de entrega de documentos ao Ministério da Justiça e Supremo Tribunal Federal; veja como foi

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2 min readJul 2, 2022

Por Fernando Xokleng e Letícia Coutinho

Os alunos indígenas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que viajaram até Brasília na sexta-feira (24), já têm data para voltar. O grupo de 22 pessoas que embarcou no ônibus fornecido pela UFSC retorna ao estado catarinense nesta sexta (31), após cumprir uma série de compromissos junto à Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério da Justiça, Câmara dos Deputados e Supremo Tribunal Federal (STF).

Na segunda-feira (27), o grupo reuniu-se em frente à Funai, pedindo justiça em favor dos servidores do órgão que denunciaram condições de trabalho insalubres e abuso de autoridade, além da saída do presidente da fundação, Marcelo Xavier. Também houve manifestação contra os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos e mortos em 5 de junho passado, na região do Vale do Javari, área de terras indígenas localizada entre os municípios de Atalaia do Norte e Guajará, no oeste do estado do Amazonas.

Entre as demandas dos estudantes, que ficaram alojados na moradia indígena da Universidade de Brasília (UnB), sem energia elétrica, contando apenas com a segurança universitária, esteve o debate sobre a manutenção da bolsa de permanência fornecida aos alunos indígenas da UFSC, bem como as condições da própria moradia indígena, a chamada Maloca, onde hoje moram no campus de Florianópolis.

Na Câmara dos Deputados, foi realizado encontro com os parlamentares Pedro Uczai (PT-SC) e Joenia Wapichana (Rede -RR). Durante a semana, ainda houve conversas com o deputado José Ricardo Wendling (PT-AM).

Os alunos também entregaram documentos ao Ministério da Justiça e ao STF contra o Marco Temporal. Junto ao STF, os estudantes defenderam uma nova votação sobre a medida que atinge a demarcação de terras indígenas no Brasil.

Relembre o que é o Marco Temporal

O Marco Temporal é uma ação que tramita no Supremo Tribunal Federal e defende que a população indígena possa reivindicar apenas as terras as quais ocupava até 5 de outubro de 1988, data em que entrou em vigor a atual Constituição Brasileira. Neste caso, ficariam de fora as terras que ainda estão em processo de demarcação, o que explica a pressão exercida em favor dessa medida por parte da bancada ruralista, juntamente com instituições e empresários do agronegócio. Com a tese do Marco Temporal, povos indígenas de todo o Brasil temem perder terras originalmente pertencentes a seus antepassados.

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Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da UFSC

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