Angela Amin deseja valorizar a segurança

Ex-prefeita quer ampliar integração entre Guarda Municipal e polícias Civil e Militar

Zero
6 min readSep 29, 2016
“Dando oportunidade ao jovem, vamos minimizar criminalidade”, Angela Amin

Angela Amin, 62 anos, é filiada ao Partido Progressista (PP), e natural de Indaial. Formada em Matemática pela Universidade Federal de Santa Catarina, foi eleita vereadora em 1988. Disputou as eleições para o governo estadual, em 1994, mas perdeu no segundo turno. Em 1996, ganhou o comando da Prefeitura de Florianópolis e foi reconduzida ao cargo em 2000. A candidata também venceu nas urnas como deputada federal, em 1991 e 2006. Ela concorre pela coligação Pelo Bem De Florianópolis, com os partidos PP e PSD.

ZERO• Qual é a prioridade do seu plano de governo?
Prioridade não existe. Todos os assuntos em uma administração pública estão centrados no cidadão. Nós viemos fazendo reuniões comunitárias, conversando com pessoas, nos reunindo com instituições. Esse exercício tem sido bastante rico e a síntese dessa interpretação vai balizar o compromisso de governo. O que a gente já pode tirar como preocupação é a questão da mobilidade, da saúde e, principalmente, da segurança — que não é responsabilidade primeira do município mas que tem ações em parceria com o governo do estado. Quando eu estava na prefeitura, nós criamos a Guarda Municipal para retirar o policial da segurança do trânsito e assim conseguir se preocupar com o cidadão. Nós compramos equipamentos para a Polícia Militar e é dessa forma que queremos continuar atuando.

Z • A mobilidade urbana da capital vêm sendo discutida há diversas eleições. As promessas de investimento em diferentes modais sempre aparecem mas, na prática, pouco é feito. Qual a proposta da candidata para que Florianópolis avance efetivamente nessa área?
Eu posso dizer que na nossa não ficou na promessa. Como prefeita, eu participei da discussão do projeto, desenhando um modelo não só para Florianópolis mas pensando o aglomerado urbano do município — São José, Biguaçu, Palhoça e Santo Amaro. Pensando nessa integração, deixamos o modelo de Florianópolis e da região metropolitana. Infelizmente, a região metropolitana foi extinta e, felizmente, 12 anos depois, esse projeto é recuperado. Nós vamos retomar isso e, junto com o governo do estado, implantar o Plamus. Para minha tranquilidade, todos os terminais que foram construídos na nossa administração estão previstos no Plamus. Reforçar o que foi feito, melhorar o que se faz necessário e implantar as obras para que nós possamos ter finalmente aquilo que sonhei: a mobilidade melhorada e o transporte público com dignidade.

Z • Na visão da candidata, como resolver o problema previdenciário dos funcionários municipais?
Eu entendo que há a necessidade de, primeiro, fazer o cálculo atuarial. Através do cálculo, fazer um processo de investimento para recuperar o fundo necessário, para dar tranquilidade para quem está aposentado ou vier a se aposentar. Nós fizemos isso quando prefeita, nós contratamos o cálculo atuarial. Ele precisa ser revisto, reanalisado e só através desse cálculo é que nós podemos fazer uma programação de investimento.

Z • Como a candidata pretende reverter o problema de saneamento básico, que afeta diretamente a saúde e a balneabilidade na capital?
Analisar o convênio que a prefeitura tem com a Casan, trabalhar com intensidade aquilo que cabe ao município, rever como nós revimos o plano de macrodrenagem da cidade. O primeiro plano de macrodrenagem foi feito pelo Esperidião e nós fizemos a reavaliação. Há necessidade de fazer esses investimentos mas, principalmente, a fiscalização intensa como fizemos na última administração. Nós conseguimos a balneabilidade em todas as praias.

Z • Em uma pesquisa recente do IBOPE, a saúde apareceu como principal problema da capital ­com 44% dos votos da população. Qual a proposta da candidata nessa área a curto e longo prazo?
Principalmente, a otimização da rede existente. Reavaliar o quadro de profissionais e a valorização dele. Fazer com que essa rede funcione e dê dignidade ao cidadão — isso se chama regulação. A partir do momento que o cidadão procure o posto de saúde, ele sabe que vai ter a consulta garantida, o exame viabilizado e o tratamento. Isso nós vamos tratar com muito carinho, usar como modelo o Capital Criança. Fazer o atendimento do adolescente, da mulher, do idoso — fazer desse o modelo de saúde do cidadão de Florianópolis.

Z • Durante esse ano, o plano diretor da cidade foi discutido em audiências públicas e criticado por diversas organizações, como OAB/SC e AsBEA/SC. Qual será sua proposta para agilizar a criação e aprovação do plano diretor de Florianópolis?
Se ele não for aprovado nesse semestre, há a necessidade de sentar com uma equipe multidisciplinar e buscar resolutividade, principalmente na segurança jurídica. Precisamos desses atores — Ministério Público, OAB, as engenharias — para garantir esse como o grande instrumento de gestão da cidade. É de fundamental importância para que nós, poder público, possamos ter segurança e quem mora em Florianópolis também.

Z • Segundo uma pesquisa feita pelo IBGE e divulgada em maio desse ano, Florianópolis é a cidade que lidera o ranking de desemprego no estado de Santa Catarina. Como a candidata pretende melhorar essa situação sabendo do cenário de crise econômica que o Brasil enfrenta?
Primeiro buscar resolutividade. Nós, através do Pró-Cidadão, quando prefeita, buscamos respeito ao cidadão. O Pró-Cidadão era fazer com que o atendimento na prefeitura respeitasse quem morava na capital e quem queria investir na cidade e é isso que nós queremos. Aquele que vem aqui vai ter nas universidades a parceria de buscar o conhecimento para investir em todas as vocações da cidade. Fizemos isso na primeira administração e a prefeitura vai ser o grande animador desse processo. Buscar essa parceria e reverter o quadro.

Z • Florianópolis registra um aumento no índice de criminalidade em comparação aos anos anteriores. No caso dos homicídios, por exemplo, em 2016, este tipo de crime cresceu mais de 100% segundo dados da Secretaria de Segurança Pública. Outra questão que preocupa moradores são os furtos e roubos na região da UFSC e em outras áreas da cidade. Como a candidata pretende atuar com relação ao aumento da criminalidade na capital?
Dando oportunidade ao jovem nós já vamos, sem dúvidas, minimizar. Garantir a parceria entre Guarda Municipal, Polícia Civil e Polícia Militar, em pequenas ações. Mas a oportunidade é o grande foco da nossa ação. Fazendo com que nossa cidade venha a ser uma cidade melhor para viver e não única e exclusivamente uma cidade para morar. Em todos os aspectos de animação da cidade: na área da cultura, da oportunidade e do bem viver.

Z • No seu plano de governo, quais são as propostas de incentivo à cultura na capital? De que forma pretende tornar isso possível?
Florianópolis é um município muito rico no aspecto cultural. Eu acho, por exemplo, que a área do cinema tem tudo para que nós possamos ser aquilo que eu volto a dizer: o grande animador. O plano de cultura já está aprovado pelo município de Florianópolis e o município tem que ser o animador na viabilidade e na execução do plano de cultura. Nós queremos ser o indutor de todo esse processo. Seremos um grande parceiro.

Z • Quais as propostas para o setor da educação municipal e como pretende realizá­-las?
Temos bons indicadores na educação e queremos aperfeiçoar ainda mais, principalmente no que cabe diretamente ao município: educação básica e ensino infantil. De três a seis anos a cobertura já é de 100%. Cabe ainda o desafio da creche, cujo empréstimo internacional o município já viabiliza e já tem um cronograma de investimento na rede física. O grande desafio é fazer com que essa rede física possa ser viabilizada, mas sempre com a preocupação da qualidade. A qualidade do ensino infantil em Florianópolis tem belos indicadores e nós queremos manter isso com a manutenção da rede, de equipamentos, da qualidade da merenda escolar — e isso trazendo para a rede de ensino fundamental. A qualidade é ter como foco a criança e o envolvimento da família dentro dos conselhos educacionais. Essa deve ser sempre a nossa meta: não um número, mas um número com qualidade.

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Written by Zero

Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da UFSC

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