Desafios enfrentados pelas Associações de Coleta Seletiva de Florianópolis na pandemia
Desde março de 2020, as Associações de coleta de materiais recicláveis têm enfrentado diferentes obstáculos para conseguirem se manter. São centenas de famílias que dependem da renda deste trabalho no município
Por Paulo Marcos
No ano de 2020, com o início da pandemia do novo coronavírus, as coletas de lixo em Florianópolis foram reduzidas. Como parte das medidas de segurança, a coleta seletiva foi suspensa por 40 dias, sendo feita apenas a coleta convencional. Com isso, dezenas de famílias do município foram diretamente afetadas — por se tratar de trabalhadores que têm na triagem deste material reciclável, coletado pela Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap), a sua fonte de renda.
Contando com a Grande Florianópolis, são ao todo sete Associações de coletores que recebem parte desses materiais recicláveis, realizando a separação e a venda deles para as indústrias de reciclagem. Segundo as informações da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, da Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF), desde o início da pandemia houve uma queda de 40% na quantidade de material coletado. O que antes representava uma quantia de mil toneladas por mês, ao longo deste último ano caiu para uma média de 550 toneladas/mês. Além deste fator, o aumento do preço dos materiais recicláveis gerou uma maior disputa por esses produtos entre coletores associados e informais.
Esta audioreportagem do Jornal Zero, aborda questões envolvendo o contexto de crise dessas Associações de Coleta Seletiva — que têm fundamental importância no funcionamento da cadeia reciclável do município. Elas são a responsáveis pelo não extravio de cerca de 12 mil toneladas de materiais recicláveis nos aterros sanitários todos os anos. Ao mesmo tempo, é deste trabalho que mais de 200 famílias têm sua fonte de renda.