Incentivo à ciência para crianças e uso da arte para o bem-estar comunitário foram alguns dos temas discutidos nos estandes da 21ª Sepex
Marcelo Pedrozo (marcelovieirapedrozo@gmail.com)
A Feira de Ciências da 21ª Semana de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepex) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aconteceu de 6 a 8 de novembro. Ocupando todo o primeiro andar do Centro de Cultura e Eventos, no campus Trindade, em Florianópolis, o evento trouxe 70 estandes divididos em oito temáticas, apresentando projetos desenvolvidos ao longo de 2024 para a comunidade universitária.
Criada em 2000 em comemoração aos 40 anos da UFSC, a Sepex é um dos maiores eventos de divulgação científica de Santa Catarina. Além da Feira de Ciências, a programação da semana incluiu apresentações artístico-culturais, minicursos, palestras e rotas temáticas. Estima-se que mais de 3.100 estudantes e professores da Educação Básica visitaram a Sepex, mas o público que circulou na feira foi além desses números.
Com diversos projetos que visam utilizar a arte como ferramenta para o bem-estar e a saúde da comunidade, o Núcleo de Humanização, Arte e Saúde (Nuhas) é um grupo de caráter interdisciplinar. Dos vários projetos, destaca-se o Terapeutas da Alegria, em que os participantes visitam hospitais vestidos de palhaços.
Ellen Gales, graduanda da UFSC e integrante do Nuhas, disse que as visitas organizadas pelo núcleo em hospitais trazem um “sentimento inexplicável. A gente aparece e todo mundo já abre um sorriso enorme”. Na Sepex, não foi diferente. Durante a feira, os integrantes do Nuhas, portando placas de “abraço grátis”, caminharam pelo Centro de Eventos para abordar os visitantes e contar sobre as atividades do núcleo. Os que se interessaram puderam até se caracterizar com os figurinos disponíveis no estande. Com um sorriso no rosto, Ellen conta que ficou satisfeita com a participação do Nuhas na feira. “Tá sendo bem divertido, o pessoal tá realmente se interessando.”
O Pequenos GRANDES Cientistas é um projeto do Departamento de Farmacologia da UFSC. Foi idealizado durante a pandemia de covid-19, “quando a falta de conhecimento científico dos tomadores de decisão e da população ficou muito evidente e escancarada”, como descreve a página oficial do projeto. A ideia é levar a Ciência de maneira lúdica para escolas de Ensino Fundamental, com o objetivo de conscientizar as crianças sobre a importância do conhecimento científico.
Na Sepex, a equipe trouxe alguns experimentos que cativaram crianças e adultos . Cíntia Torres, professora de Física, visitou a Sepex com sua turma da primeira série do Ensino Médio e adorou conhecer o Pequenos GRANDES Cientistas. “Como professora de Física, os projetos que envolvem Ciência são muito importantes. Meus olhos brilham”, conta. Para ela, a Sepex é uma oportunidade de difundir os projetos da UFSC para além da instituição. “A ideia de trazer meus alunos é que eles possam conhecer a universidade como espaço público, o que é feito aqui”, afirma.
No estande do Núcleo de Ensino da Terceira Idade (Neti), estava um convite para o público: imaginar a si mesmos daqui a alguns anos e colocar essa imaginação em prática através do desenho. O resultado foram diversas ilustrações que retratam diferentes aspectos do envelhecimento. Michele Medeiros, enfermeira integrante do Neti, se sente satisfeita com o resultado da iniciativa. “É isso o que a gente queria. Buscar que as pessoas refletissem um pouquinho sobre o processo do envelhecimento, que nós estamos vivendo a cada dia.”
Um estande diferente dos outros foi o da Rádio Ponto UFSC. A webrádio é um projeto de extensão do curso de Jornalismo e, todos os anos, realiza uma cobertura da Sepex. Os visitantes puderam conferir os repórteres, graduandos de Jornalismo, fazendo entradas ao vivo no YouTube ao entrevistar organizadores e visitantes da feira.
Francisco Neves, estudante de Jornalismo e bolsista da Rádio Ponto, conta que a rotina nos três dias de cobertura é bem cansativa. “É uma correria. Mas é uma correria boa”, diz. Através das entrevistas, tanto os ouvintes quanto os repórteres têm a chance de conhecer outros projetos expostos na feira. “A gente escuta sobre os mais variados estandes, muitas coisas diferentes, da Biologia, da Economia. [A Sepex] realmente é um ambiente democrático, tem um pouco de tudo”, conta.
