UFSC promove Semana Internacional para construir política de internacionalização

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3 min readNov 13, 2024

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Em meio à crise de financiamento, evento conseguiu trazer dois palestrantes estrangeiros com recursos do Capes-PrInt

Por Marcelo Pedrozo (marcelovieirapedrozo@gmail.com)

Começando o evento: Cerimônia de abertura aconteceu no auditório do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Foto: Reprodução/Andrey Santiago/Agecom.

Aconteceu de 21 a 25 de outubro a I Semana Internacional da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), evento que trouxe conferências, paineis e oficinas em uma programação de mais de 50 atividades. Organizada pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG), a Secretaria de Relações Internacionais (Sinter) e a Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (Propesq), a semana teve o objetivo de “reforçar e marcar essa identidade que a UFSC quer ter, e sempre teve, de ser uma universidade internacionalizada”, segundo o pró-reitor de Pós-Graduação, professor Werner Kraus.

Organizar uma semana internacional já era uma ideia antiga da Sinter, mas por falta de recursos e de equipe, sempre foi postergada, até agora. A secretaria vem trabalhando para “formular definitivamente uma política de internacionalização” para a UFSC, segundo Fernanda Leal, diretora de Relações Internacionais. Como o novo Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFSC está em fase de elaboração, o evento surgiu como uma oportunidade para discutir as ações estratégicas de internacionalização que serão incluídas ao PDI e dar início à consulta pública da minuta da Resolução Normativa que institucionalizará a Política de Internacionalização.

Além disso, chegou ao fim em 31 de outubro o Programa Institucional de Internacionalização da Capes (Capes-PrInt), uma iniciativa voltada à pós-graduação, iniciado em 2019. Por isso, a PROPG se propôs a fazer um balanço dos resultados alcançados com o Capes-PrInt. Por conta disso, os objetivos da Sinter e da PROPG se uniram para realizar a I Semana Internacional da UFSC. A Sinter e a PROPG estavam na liderança da elaboração, sendo responsáveis por conceber a semana e chamar e montar o grupo de palestrantes.

A parte orçamentária do evento ficou a cargo da PROPG, através dos recursos do Capes-PrInt, uma vez que a Sinter é uma secretaria que não possui orçamento próprio. Para o evento foi possível trazer dois palestrantes internacionais, da Holanda e do México. Para Werner, isso é uma conquista a ser destacada. “A crise de financiamento das universidades tem prejudicado e abafado aquilo que, de outra forma, seria uma pujança, uma energia muito grande”, diz. Contudo, mesmo com os recursos escassos, Werner está satisfeito com os resultados do evento, pois “estamos acostumados a fazer muito com pouco.”

Como o Capes-PrInt possui uma gama variada de subprojetos na UFSC — 27, divididos em cinco áreas temáticas –, a Sinter e a PROPG abriram uma chamada interna para que a comunidade universitária pudesse inscrever atividades relacionadas aos subprojetos e ao tema geral do evento, para compor uma programação paralela. Os organizadores receberam 53 propostas, resultando em 50 atividades mais nichadas. “O número de propostas mostra a potência do processo de internacionalização da nossa universidade”, afima Werner.

Um dos principais objetivos da semana foi a discussão de perspectivas para a internacionalização da UFSC após o PrInt, incluindo a elaboração de um programa mais horizontal e democrático. Segundo Werner, embora o PrInt tenha deixado um legado importante aos que puderam participar, “para os que ficaram de fora, deixou uma contrariedade muito grande, por ser excludente”. Assim, a comunidade da UFSC pôde assistir ao diretor de Relações Internacionais da Capes, professor Rui Oppermann, apresentar o novo programa de internacionalização da Capes. Ainda em construção, o Capes-Global deve substituir o PrInt em 2025, focando no estabelecimento de redes de pesquisa.

“Da parte da Sinter, uma das maiores expectativas da semana é que as pessoas se familiarizem mais com o conceito e as possibilidades da internacionalização”, diz a diretora Fernanda. Para Werner, o evento não almejou trazer resultados muito concretos, mas sim “trazer essa pauta, tê-la presente na cultura da universidade”.

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Jornal-laboratório do curso de Jornalismo da UFSC

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